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O uso do WhatsApp entre os distintos actores do sistema de saúde cresce na América Latina. No Brasil, 87% dos médicos utilizam essa ferramenta para se comunicar com os pacientes, segundo um estudo de 2015.[4] Outro aspecto relevante sobre tecnologias de comunicação foi revelado em um estudo com mais de 600 pacientes com asma de seis países da região, que mostrou que 61,5% consideram o WhatsApp o canal de comunicação “mais interessante” para receber informações sobre a doença, mais até que o Facebook (32%).

As razões da expansão dessa ferramenta no sector de saúde são claras, segundo o site especializado Business Insider, e incluem o fato de que ela está em toda parte, permite poupar tempo e é gratuita. A interface amigável, a funcionalidade dos áudios assincrônicos (que podem ser escutados e respondidos quando o profissional termina outras tarefas), a melhor definição de fotos tiradas pelo celular, a capacidade de compartilhar arquivos (resultados de exames laboratoriais ou radiografias), também propiciaram a maior penetração da ferramenta. Além disso, da perspectiva dos pacientes, “escrever uma emoção pode ser mais fácil do que contá-la em uma conversa cara a cara”, destacam especialistas italianos.

Os pediatras, juntamente com os obstetras, parecem ser os especialistas mais sobrecarregados por essa tendência. Recentemente, vários meios de comunicação argentinos fizeram eco às reclamações desses especialistas.

Whasapp é o preferido

A situação põe sobre a mesa um debate no qual se cruzam, dentre outros temas, a representação do trabalho do médico como um “sacerdócio” que implica na disponibilidade total de tempo; a segurança da informação compartilhada por WhatsApp; as limitações para o diagnóstico ou a avaliação clínica à distância; e os mecanismos que poderiam propiciar uma retribuição justa para aqueles profissionais que destinam tempo a interagir com seus pacientes por essa via.