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Não consigo entender porque via, reprimir enfermeiros ou médicos, pode melhorar a qualidade dos serviços. Parece um karma, mas sempre que mudam as chefias, aparecem novas restrições. Sim, restrições, não liberdades. Novos controlos, novos informes, novas folhas ou documentos que devem ser assinados. Mais formulários, mais papelada e não necessariamente mais informação.
As grandes empresas multinacionais, as que ganham biliões, tomam muito em serio o ambiente de trabalho. Um funcionário feliz, bem-disposto, dificilmente deixa o cliente insatisfeito. Imagine como um enfermeiro feliz, em perfeita harmonia com seu local de trabalho irá assistir ao paciente.
O conceito moderno de boa gestão, e disto não esta fora a gestão na saúde, passa pela existência de um ambiente “amigável” no local de trabalho. Um hospital ou clínica tem que ser um bom lugar para conviver, ainda mais tendo em conta sua missão fundamental. É óbvio que um ambiente de trabalho hostil, pesado, não pode reverter numa boa assistência médica. Se os “chefes” tivessem em conta isto, tratariam com mais carinho o coletivo que lideram.
Os gestores dos serviços médicos devem entender algo importantíssimo em relação ao pessoal da saúde.
Todos, absolutamente todos, são antes seres humanos. Que independentemente da sua profissão, são indivíduos com necessidades psicológicas e efectivas. Claro, que isto não significa deixar de disciplinar ou criar novos procedimentos para melhorar os serviços, não se trata disso. O que esta em causa são as restrições, o excesso de controlo.
Qualquer medida restritiva, antes de ser aplicada deveria ter uma avaliação de “impacto ambiental” . Saber até que ponto vá melhorar (se é que melhora alguma coisa) ou perturbar o ambiente de trabalho. Se os efeitos colaterais ultrapassam os benefícios, stop.
Por exemplo, estabelecer que tudo funcionário em serviço deve estar correctamente identificado com seu crachá é uma medida necessária. O paciente precisa saber quem é quem. Deve saber se o funcionário está autorizado ou não para o tratar. Ora, se o funcionário já esta identificado, então não faz qualquer sentido limitar seus movimentos dentro da instituição, ate o ponto de o fazer sentir como numa prisão. Isso só irrita, não traz qualquer beneficio directo ao paciente e cria tensões desnecessárias entre o trabalhadores.
O pessoal da saúde, em geral, gosta de aquilo que faz. Tratar doentes só pelo salário é bastante difícil. Muito mesmo. Quando o pessoal tem o carinho e o apoio da direcção, num ambiente de trabalho simpático, não vê passar o tempo junto ao paciente. Está satisfeito com o que faz, dedica-se mais ao doente e isto repercute na qualidade do serviço. Coloquem isto a prova e depois digam-me se estou errado.
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